Nasceu em novembro de 1918, na cidade de Portalegre, onde estudou até à 4.ª classe. Trabalhou na fábrica de cortiça em Portalegre. Mais tarde vai para a tropa e de lá entra na GNR. É colocado em Lisboa onde conhece a pessoa que veio a ser a sua mulher. Casam em 1947 e vão viver para o Crato. Têm duas filhas.
O avô Brito era uma pessoa bastante ativa, todos os dias caminhava, ia ler o jornal, no Verão gostava de ir à fonte buscar água fresca e gostava de tratar da horta de um amigo.
Gostava de passear com a minha avó em excursões. Iam a Lisboa a casa da filha e gostavam de acampar. Era um homem culto, reto e meigo.
No ano de 2001 fica viúvo, mas autónomo e fica na sua casa no Crato. No início do ano de 2005 fica doente e é nessa altura que se procura uma cuidadora para ajudar na sua higiene. Deparámo-nos com a falta de profissionais nessa área. Então, fui eu quem lhe deu o primeiro banho. Senti o seu desconforto e nunca me irei esquecer das suas palavras: “Tu sabes o que estás a fazer, mas não está certo. Eu é que tenho que cuidar de ti, é isso que um avô faz”. E as lágrimas caíam pela sua cara.
E eu que tinha tratado de tantos velhinhos entendi o quanto estava a ser difícil para ele e para mim também. Então foi o meu marido, o Rui Francisco, que a partir desse dia lhe deu banho.
Tratámos dele com todo o carinho. Entre o meu avô e o Rui passou a haver uma cumplicidade muito grande.
Dia 24 de março de 2005 ele morreu e é uns dias depois que numa conversa entre nós surge a ideia da Miminho aos Avós. A Miminho aos Avós surge do amor de um avô e uma neta e o seu marido.
Obrigada, avô Brito,
Maria João Francisco
Esta é a história do avô da Miminho aos Avós, neste Dia dos Avós gostaríamos de o convidar a contar um pouco da história dos seus avós nos comentários.
Somos a outra mão da sua família,
https://www.miminhoaosavos.pt/